sábado, 12 de janeiro de 2008

Paleontologia comparada

Engraçado como a televisão pode nos oferecer algo produtivo de vez em quando, mesmo que de forma disfarçada. Assistindo pela milésima vez à "Jurassic Park" na globo, meio que naquele estágio dorme-não-dorme, minha percepção nada aguçada da meia-noite captou um diálogo interessante em meio à toda aquela gritaria e ovos de velociraptors. A mocinha da vez, observando as estufas de reprodução artificial, onde dinossauros eram "criados", faz uma pergunta um tanto quanto relevante ao herói da série, cujo nome eu desconheço. Segue o tal diálogo: "- Então é assim que se faz dinossauros?
- Não. É assim que se brinca de Deus."
E não é que essa conversa, aparentemente bobinha, me fez adiar o sono por alguns minutos altamente produtivos!? Intelectualmente falando, porque na verdade, a única coisa que eu fiz foi exercitar os neurônios. Nós gostamos mesmo de brincar de ser Deus. E ele, será que gosta da exibição desses covers mal feitos os quais nos tornamos? Eu não sou a pessoa mais indicada pra falar da existência de um Deus judeu, cristão ou islâmico. Diriam que eu sou mais atea do que crente. O que acontece é que eu ainda não conheço o bastante pra me definir religiosamente. Espiritualmente falando, eu acredito sim na existência de um "Ser Maior". De uma força inicial que controla todo o resto. Será que um descrente total consegue achar todas as explicações de que necessita ,para viver em paz, na ciência dos homens? Acho difícil. Por isso, eu prefiro ter a minha crença pessoal. Uma crença em um Deus tolerante, porém cansado.
Talvez, muito mais em breve do que suspeitamos, recriar dinossauros possa ser possível (ou talvez já seja e ainda não sabemos). Mas seria tolice pensar que somente quando chegarmos à esse estágio Deus ficaria chateado com a brincadeira. Afinal, o que temos feito desde sempre? Brincamos de aniquilar os mais fracos e de extinguir os que nos parecem impuros ou irrelevantes. Cultivamos a morte alheia em campos de concentração de ódio. Colhemos desrespeito nas árvores que fizemos questão de derrubar. Ah! Sinto muito...Vou brincar de outra coisa enquanto eu posso!


Ouvindo: Angra dos Reis - Legião Urbana

3 comentários:

Anônimo disse...

É! Enquanto os míseros seres humanos, nem que os mais insignificantes em sua existência brincam de Deus!
Esse ser, essa força existente, cria e proporciona feitos magníficos que não damos a menor importância.
Um mero arco-íris, que explicado cientificamente, aparentemente não significa nada, mas se talvez não fosse alguns dos princípios do início do UNIVERSO (big ban), que não se sabe como iniciou, o início do início, talvez seja ele. Acabou proporcionando esta maravilha que pode ser observada e apreciada pelos que hoje brincam de se igualar a tal grandeza.
Ah! Para de brincar e vai trabalhar... Porque temos é que trabalhar pessoal... Só não precisa decorar nada...
Rs...
Bjs Lu, bom tópico esse!

Anônimo disse...

eu também não consigo crer no deus que amigo, que ouve nosso pecados e nos perdoa. pra mim, deus não dá a mínima pro que a gente faz e não adianta a gente ficar rezando e pedindo: o que a gente apronta aqui simplesmente não é dá conta dele!

você escreve legal, luma! haha...

e flá tá certa! tem que trablhar, pessoal!

um beijo

Anônimo disse...

Ainda que você não acredite, creio em Deus e na Bíblia. Uso essa passagem para falar sobre o comportamento de Deus perante as maldades do homem.

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; (...) Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.” (Isaías 1:11-17)