sexta-feira, 21 de março de 2008

MEDOnho!

"Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa." (Ralph Waldo Elerson)

Sentir medo não é sinal de fraqueza. É uma ruptura súbita do nosso processo de racionalização; um alerta do nosso subconsciente para o nosso consciente; fantasia maquiada de realidade; confusão generalizada dos sentidos.
O medo "normal" vem de estímulos reais de ameaça à vida. A cada situação nova, inesperada, que representa um perigo, surge o medo. Mas e quando tudo causa medo e não conseguimos agir?
Todo mundo teme algo . Claro que a intensidade do medo será intensificada pelo histórico de vida de cada um. Portanto, diante de nossos pavores, só nos restam duas alternativas: lutar ou fugir.
Vivemos de aparências, e qualquer possibilidade de ameaça à nossos "Totens" torna-se razão para uma possível apreensão. Uma resposta mental, que trasformada em fisiológica, nos avisa que corremos algum perigo. E enquanto alimentarmos a ilusão de que algo nos assusta, nos paralisa e nos inferioriza, nosso cérebro continuará respondendo da maneira a qual está habituado, e nós sentiremos medo.
Mas o propósito fundamental desse post não é explicar tecnicamente as origens do estado de pânico (até porque eu não tenho o conhecimento necessário pra tal, e as explicações acima, admito, são vagas e passíveis de erros), e sim descarregar um pacote de sentimentos presos dentro de mim. Aliás, blogs são ótimas penseiras!
O fato é que eu tenho sentido bastante medo. Um pouco por estar em uma cidade nova, por ter que enfrentar sozinha todas as responsabilidades e desafios que um dia foram afastados do meu caminho, por não saber se eu vou conseguir passar ilesa pelas aulas de neuroanatomia (elas me apavoram)...
Enfim, são medos fundamentados em diferentes situações, mas igualmente irritantes.
Eu não queria ser finalmente dona das minhas próprias decisões?! Não tinha anseios por liberdade?! É o preço que se paga por crescer?! Acho barato, mas acho chato. Incomoda ter tantas preocupações, tantos pensamentos assustadores e, na maioria, irreais. Dá trabalho e desperdiça tempo. Ao invés de perder noites de sono manipulando mentalmente os meus medos, eu deveria acordar cedo e jogar um balde de água fria em todos eles. Não em todos, tudo bem, ninguém é totalmente imune à filmes de terror, à criminalidade e aos sentimentos de solidão e irresponsabilidade.
Fórmulas mágicas ficam por conta da ficção. Aqui, na vida real, sentir medo é só mais um estado humano, mas que não precisa, obrigatoriamente, ser um estado imutável.


Toquinho e Vinicius de Moraes - Sem Medo
Como é que pode, a gente ser menino
Ter sua coragem, traçar seu destino
Sem pular o muro, trepar no coqueiro
Ir no quarto escuro, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo
O bicho te pega, boi da cara preta
Deus te castiga, medo de careta
Boi da cara preta, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo
Mas atravesse o escuro sem medo
Atravesse o escuro sem medo
Atravesse o escuro sem medo
De repente a gente começa a crescer
Quer uma mulher que não pode ser
O pai quer matar, a mãe quer morrer
Não dá pra ganhar, não dá pra perder
Não dá
A mulher se joga do alto do edificio
Porque o mais fácil fica o mais dificil
Fica o mais dificil
Mas atravesse a vida sem medo
Atravesse a vida sem medo
Atravesse a vida sem medo
O perigo existe, faz parte do jogo
Mas não fique triste, que viver é fogo
Veja se resiste, comece de novo
Comece de novo, comece de novo
Ao cruzar a rua você está arriscando
Pode estar na lua, pode estar amando
Passa um caminhão, cruza uma perua
O cara tá na dele, você tá na sua
Você tá na sua, você tá na sua
Mas atravesse a rua sem medo
Atravesse a rua sem medo
Atravesse a rua sem medo
Chega um belo dia de qualquer semana
Alguém bate na porta, é um telegrama
Ela está chamando, é um telegrama
Ela está chamando, pra uns ela vem cedo
Pra outros vem tarde
É que cedo ou tarde, ela vem de repente
Chega pro covarde, chega pro valente
Só tem que ninguém gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Mas atravesse a morte sem medo
Atravesse a morte sem medo
Atravesse a morte sem medo


Ouvindo: Black - Pearl Jam

quarta-feira, 12 de março de 2008

Enfim, só!

Muito tempo ausente. Pouco tempo pra se fazer presente.
Eis que eu passei! Ufu, Unesp e Ufscar. Melhor impossível, ou como eu gosto de dizer, improvável.
Eu começei este blog com o seguinte pensamento: ano novo, vida nova. E não é que agora tudo faz sentido?! Cidade nova, amigos novos, escola nova... Dificuldades novas. E por que não aprendizados novos?! Finalmente eu vou fazer o que gosto. Enfim, SERÃO os melhores 5 anos da minha vida, e muito embora eu esteja assutada com tudo isso, nada se compara à maravilhosa sensação de dever cumprido. Aliás, tem algo que chega bem perto: a ainda embrionária sensação de liberdade.