sábado, 13 de junho de 2009

Tudo é milagre.

"Me inclino a pensar por meio de imagens, de fábulas, de metáforas, e não por meio de raciocínios."
( Fernando Sabino em "O tabuleiro de damas")

Mais um livro devorado. Mais um turbilhão de pensamentos circundando a minha mente. Que sensação gostosa! Há alguns dias, mais uma vez na incansável procura pelo sono, acabei encontrando um pretexto pra adiar o fechar dos olhos: eu iria escrever sobre a minha incontrolável, incansável, inexplicável paixão pelas palavras. Como a preguiça me dominava, elaborei, apenas mentalmente, um esqueleto para o que seria este post. Muito embora eu já tenha me esquecido desse esboço tão inundado de criatividade pré-sonho, eu me atrevo a descrever esse sentimento tão maravilhoso, que eu tenho nutrido pelos livros e pela escrita, desde tão tenra idade.
Posso me lembrar, como se fosse hoje, da primeira vez que decidi escrever pra valer. Pra valer é modo de dizer, é claro. Acredito que aos oito anos de idade eu não era capaz de perceber o quão importantes aqueles poemas, tão recheados de fantasias e gracinhas infantis, iriam se tornar pra mim. Era apenas o início de uma relação de entendimento mútuo, cego, sincero. Uma relação que a cada dia ia se tornando mais forte e mais verdadeira. A leitura e a escrita foram fincando raízes na minha alma, e me provando que não estavam de passagem. Estavam ali porque deveriam estar, porque ali estavam confortáveis. Era como se estivessem em casa. E de fato estavam.
Não sou capaz de descrever, sem me emocionar, o que eu sinto quando entro em contato com o mundo fantástico das palavras. É como se cada letra, cada fonema e cada sílaba penetrasse em mim e provocasse uma explosão de calor dentro do meu coração. Os batimentos aceleram e vem aquela vontade repentina de me inundar em lágrimas de felicidade. Eu choro mesmo. Pode parecer clichê de novela das oito, mas não é. É real. É intenso. É emoção mesmo, é nãoseioquê mesclado à meuDeusdocéu!
Quando eu me vejo rodeada de livros eu perco a cabeça. Eu quero sair acariciando todos eles da maneira como eles merecem. Quero folhear cada página, passear por cada sentimento impregnado naqueles versos, ler nas entrelinhas o absurdo e o provável escondidos por pura intenção e genialidade. É de enlouquecer.
Escrever também me leva ao paraíso, ao clímax literário. É como se, em uma fração de segundos, junto com as palavras que vão saindo, os medos, as alegrias, as experiências e todo o excesso, o qual insiste em deixar os meus ombros mais pesados, fossem escorregando pra fora de mim, me deixando cada vez mais leve, mais sóbria, mais calma.
Mais do que descrever essa paixão desatinada, eu a vivo todos os dias. Eu a sinto. Eu a respiro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Luma, vc é linda demais!! me apaixonei..

ass: um certo aluno da ufscar

Frau disse...

Luma! Que maravilhoso! Sem palavras pra descrever este texto