domingo, 2 de janeiro de 2011

Dançarina.

A minha inspiração vem do núcleo, do íntimo, do olho da minha tempestade. A minha tempestade vem de dentro, do duvidoso, das entranhas da minha emoção. E é quando eu estou mais introspectiva, mais em contato comigo mesma e roubando o seu espaço, que ela resolve eclodir. Daí todos os meus universos particulares, meus planetas imaginários, minhas constelações infinitas e minhas civilizações infundadas.


A dança

A camisa suada
eu visto pelo avesso.
A velha casa alugada
não tem mais endereço.
A visão embaçada
não enxerga o contexto.
Inicio no fim,
Termino no começo.
Enlouqueço.
Largo o copo e adormeço.
Tanto tempo calada
que quase emudeço.
A feição alterada,
já não me conheço.
Alegoria montada,
nenhum adereço.
Divagando assim
sem lugar permaneço.
Reconheço.
Sinto o sol e amanheço.
Estou viva? Que droga!
Outro tropeço.



"(...) Sim, sim, ela estava bastante perdida. Bem lhe parecera sempre que antes de mais nada era preciso se perder."
[A cidade sitiada - Clarice Lispector]

Um comentário:

Anônimo disse...

que exagero... seja menos hiper, hiper... vc pode escrever bem ainda...