sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

é essa insegurança latente, pulsante, inerente
que me tira o fôlego e me faz imprudente
que me cega os olhos e brinca com o meu juízo...
Tão impertinente!
chega devagarinho e não de repente
me consome aos poucos
MALDITA! INDECENTE!
faz dos meus gritos roucos
dos meus pensamentos loucos
ao ver-te ausente.

domingo, 11 de outubro de 2009

Destino.

Acabei de assistir ao filme dos Doutores da Alegria. Já havia me deparado com essa reprodução gratuita de magia explícita há mais ou menos uns 3 anos, e foi então que eu decidi seguir carreira na palhaçada. Prometi a mim mesma que faria faculdade de besteirologia. Acabei na alegrologia, um ramo mais recente, mais moderno. O foco é o mesmo. Formação em bobagem com ênfase na ridicularização pessoal em prol do outro. Talvez desenvolva a tese de que rir faz cócegas no ego e massageia o ânimo, produzindo efeitos colorilaterais benéficos ao usuário crônico do risométrio facial central. Um mestrado nessa área pode me render bons frutos. Pois que algumas vezes me peguei questionando a funcionalidade desse meu trabalho terapêutico. Demanda um bocado de tempo e dedicação, e tempo anda caro, em falta no mercado, na quitanda, na padaria e até na farmácia, um absurdo! "Será que eu estou no ramo certo? Levo jeito pra isso?" As aulas nem sempre são práticas e sastisfatórias o bastante pra compensar a demanda de dever de casa que a gente recebe. "Vale mesmo a pena?" Rever esse filme me fez chegar a conclusão de que eu sou muito pequena pra questionar o valor das coisas, e muito grande pra abandonar os meus sonhos (a minha ausência causaria um buraco enooorme neles, difícil de se consertar depois). Então eu continuo na Alegrologia. O trabalho é árduo mas o salário é alto. E, no fim das contas, eu sou só uma aspirante a alegróloga. Não estudo matemática pra saber como calcular o exato valor de um sorriso. No entanto, aprendi nesses tempos de formação em besteira, que eles são praticamente incalculáveis. Um sopro de vida simplesmente não tem preço.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Voando longe pra te trazer pra perto. Coração ligeiro que inventa mil maneiras pra mascarar essa saudade...


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais.

Mesmo que eu persista, mesmo que eu corra, mesmo que eu mantenha esta euforia correndo pelas veias...
Mesmo que eu desista, mesmo que eu páre, mesmo que eu desligue os motores...
Mesmo que eu insista em sonhar, mesmo que eu faça o bem, mesmo que eu idealize os sentimentos...
Mesmo que eu não tenha mais aspirações, mesmo que eu cause dor, mesmo que eu me torne apática...
Mesmo que o tempo voe, mesmo que o relógio quebre.
Mesmo que o mundo acabe, mesmo que a esperança se renove.
Mesmo que eu não seja mais eu.
Mesmo que você não seja mais você.
Mesmo que o chão seja céu, e o céu seja ilusão.
Mesmo que mude. Mesmo que não mude.
É sempre amor. É sempre igual.


"Quando você ama alguém, seus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de você."


Ouvindo: I'll be wainting - Lenny Kravitz.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Desacelerar.

Às vezes é preciso.

'Uh, baby! Sabe do que eu sinto saudades?
Do seu sorriso de manhã e do quarto tão desarrumado
Uh, baby! Saiba que eu gosto muito de você'



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Big Bang.

Pois não?! Mas...? Porque sim, horas! Tratem de passar mais rápido. Tenho pressa pela calma, e además a minha pressão já está ficando alta. Pressão no coração é um perigo nessa idade.
Ouvi dizer... É?! Se não cuida explode, viu!? Poizé... Chega de me enrolar! Vai passar ou não? Passo, mas tudo ao meu tempo. E o meu tempo como fica? Ele já chegou, fale com ele. Mas a minha pressão... Estou que não me aguento. Seu tempo resolverá, ele chegou e está bem aqui, já disse! E se eu morrer? Não se morre mais disso... Mas é perigoso, pode explodir, não pode? Poder pode... Aí depende de você. Se você quer cuidar, cuide. Mas se você quer viver plenamente, deixe isso explodir de uma vez. É claro que eu quero viver, mas... Dói? Não sei. Eu apenas passo, não sinto. Tem remédio? Acredito que sim, mas... É mais fácil remediar antes da explosão, não acha? É, concordo. Então... Então Adeus. Já vai? Meu tempo chegou e já estou com mais pressa. A calma ainda vai demorar, não adianta correr... Eu não vou esperar mais por ela. Eu vou buscá-la. Vou deixar o meu coração explodir, e simplesmente sentir as dores ou os prazeres que estão por vir. Neste caso, é prudente que você tenha em mãos o remédio, uma vez que vai arriscar. Não, obrigada. Cuidado! As pessoas pararam de viver há algum tempo, e eu estaria preparada para tudo se fosse você. Já estou levando o meu corpo e a minha alma, isso deve bastar. E depois, eu tenho a nítida impressão de que o meu coração vai sair mais forte dessa. Se você insiste... Insisto. Resisto. Não desisto. Agora preciso ir, já sinto os primeiros sinais da explosão: meu corpo está quente, minha pulsação disparada e minha visão embaçada. Está próximo. Vá com Deus. Amém.



"In your eyes

The light, the heat
I am complete
I see the doorway to a thousand churches
The resolution of all the fruitless searches
Oh, I see the light and the heat
Yes, I want to be that complete
I want to touch the light
The heat I see in your eyes..."



Ela só está feliz no sol.
E fez-se o sol aos olhos dela.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Não dá pra viver em cima de um muro de incertezas pra sempre. Chega uma hora em que a gente tem que escolher, inevitavelmente, de que lado a gente está: do lado de lá, ou do lado de cá. Não é fácil, admito. No entanto, devo confessar que é mais conveniente e, muitas vezes, dependendo da situação, mais prudente. Muito embora eu pense com cautela cada vez que eu vou tomar uma decisão, cuidado demais pode ser confundido com dúvida ou imprecisão. E isso eu não quero mais. Eu quero ser bem entendida. Quero ser lida denotativamente e, por isso, vou deixar clara a minha posição. Bem ou mal, sou eu que faço as minhas escolhas. Logo, eu escolhi arriscar e pular desse muro, certa de que algo muito melhor me espera lá embaixo, de preferência de braços abertos, pois eu detestaria cair de cara no chão!


Humor fora de contexto detected: não resisti.


Ouvindo: Got to be there - The Jackson Five

domingo, 2 de agosto de 2009

Amanhã.

Não precisa fazer sentido, mas faz. Não precisa ser entendido, mas vai. Não precisa ser verdade, mas é. Sutileza do destino. Inegável surpresa. Fratura exposta no coração: tá ai pra quem quiser ver...


Feto

Enquanto durar este abraço seu

E o sentimento meu,

Não te deixo ir.

Por mais que doa e me corroa a alma,

Não te solto.

E nem por decreto

Volto

Sem estar agarrada a você.

Se preciso for, me rasgo.

Em pedaços eu fico,

Mas jamais desisto

De te levar ao meu lado.

Palavras doídas podem ser esquecidas

Se o amor for fato.

E como o que é fato

De fato é consumado,

Consumamos nosso amor a cada dia.

Sem que necessidade haja

De existir a agonia de um Adeus concreto.

Pois de tanto afeto,

Saio em disparada,

Em busca de agulha e linha

Que costurem certo

Este coração furado,

Que insiste, de fato,

Em manter-te por perto.


"...so give me your forever..."



sexta-feira, 31 de julho de 2009

Temporal.

E cada vez mais eu tenho a impressão de que quanto mais tempo eu tenho, menos tempo me sobra.
Correndo parada, os sinais vão passando por mim e eu, desatenta ou atenta demais às futilidades cotidianas, não percebo. Talvez somente finja que não vejo. Tem horas que é melhor fechar os olhos e simplesmente deixar o tempo sobrar (até que ele comece a me fazer falta).


Fofura auto-explicativa: Hunf!


E todo tempo sem você é impaciente, é gosto amargo na boca. É frio num abraço.



quarta-feira, 24 de junho de 2009

Hoje!

"Love, I get so lost, sometimes..."

Hoje aconteceu uma coisa engraçada: me peguei pensando na vida ao mesmo tempo em que ria sozinha de uma situação um tanto quanto inesperada. Lá estava eu, ensimesmada em minha rotineira manhã de quarta-feira, na qual eu, geralmente, experimento, de certa forma, uma micro-sensação do que é ser psicólogo, quando um ser desinibidíssimo resolve dar um show à parte. Eu ria por dentro e por fora. Mas não era um riso desdenhoso, daqueles de deboche. Era um riso sincero, entalado (pra não dizer enlatado), que exprimia o meu real estado de espírito naquele momento: eu estava simplesmente feliz por estar ali, presenciando aquela cena, aquela situação que, além de me divertir, estava me soprando aos ouvidos: "é isso o que você deseja pra sua vida?". E meu consciente, que no fundo sempre sabe o que está por debaixo dos panos das minhas idéias, concordava com a parte mais encoberta do meu iceberg: "Sim".
Às quartas pela manhã eu trabalho com idosos com demência de Alzheimer e seus cuidadores. Costuma ser uma atividade bacana, divertida, prazerosa. Um bonbonzinho recheado com oportunidades de aprendizado. Delicioso. Mas hoje foi demais! Uma das cuidadoras resolveu pôr em prática toda a sua desenvoltura e mostrou à nós, estagiários, professores e o restante do grupo de cuidadores, que esse semestre valeu realmente a pena. Ela sintetizou, em alguns minutos repletos de exclamações e gestos cheios de energia, que tudo o que tínhamos insistido em ensinar tinha sido absorvido com louvor. Eu não sabia se dava risada do modo extrovertido que ela se expressava, ou de alegria mesmo. Que puta sensação se dever cumprido! De que o caminho começa a ser traçado. De que eu estou feliz por ter escolhido fazer psicologia e de que, apesar de completamente indecisa sobre as direções, eu estou confiante sobre onde a estrada vai dar. Não importa por onde eu passe, eu vou chegar ao mesmo destino, e isso, pra mim é o que vale.
Semestre quem vem chegam novas pessoas, novas histórias e novos desafios, e eu os aceito de coração aberto. Mas que eu vou sentir falta daquela mulher que, apesar de falar pelos cotovelos, me deu a deixa pra insistir na caminhada.... Ahn! Isso eu vou mesmo!

Um pedacinho da Psico em mim...




Ouvindo: In your eyes - Ben Harper.

sábado, 13 de junho de 2009

Tudo é milagre.

"Me inclino a pensar por meio de imagens, de fábulas, de metáforas, e não por meio de raciocínios."
( Fernando Sabino em "O tabuleiro de damas")

Mais um livro devorado. Mais um turbilhão de pensamentos circundando a minha mente. Que sensação gostosa! Há alguns dias, mais uma vez na incansável procura pelo sono, acabei encontrando um pretexto pra adiar o fechar dos olhos: eu iria escrever sobre a minha incontrolável, incansável, inexplicável paixão pelas palavras. Como a preguiça me dominava, elaborei, apenas mentalmente, um esqueleto para o que seria este post. Muito embora eu já tenha me esquecido desse esboço tão inundado de criatividade pré-sonho, eu me atrevo a descrever esse sentimento tão maravilhoso, que eu tenho nutrido pelos livros e pela escrita, desde tão tenra idade.
Posso me lembrar, como se fosse hoje, da primeira vez que decidi escrever pra valer. Pra valer é modo de dizer, é claro. Acredito que aos oito anos de idade eu não era capaz de perceber o quão importantes aqueles poemas, tão recheados de fantasias e gracinhas infantis, iriam se tornar pra mim. Era apenas o início de uma relação de entendimento mútuo, cego, sincero. Uma relação que a cada dia ia se tornando mais forte e mais verdadeira. A leitura e a escrita foram fincando raízes na minha alma, e me provando que não estavam de passagem. Estavam ali porque deveriam estar, porque ali estavam confortáveis. Era como se estivessem em casa. E de fato estavam.
Não sou capaz de descrever, sem me emocionar, o que eu sinto quando entro em contato com o mundo fantástico das palavras. É como se cada letra, cada fonema e cada sílaba penetrasse em mim e provocasse uma explosão de calor dentro do meu coração. Os batimentos aceleram e vem aquela vontade repentina de me inundar em lágrimas de felicidade. Eu choro mesmo. Pode parecer clichê de novela das oito, mas não é. É real. É intenso. É emoção mesmo, é nãoseioquê mesclado à meuDeusdocéu!
Quando eu me vejo rodeada de livros eu perco a cabeça. Eu quero sair acariciando todos eles da maneira como eles merecem. Quero folhear cada página, passear por cada sentimento impregnado naqueles versos, ler nas entrelinhas o absurdo e o provável escondidos por pura intenção e genialidade. É de enlouquecer.
Escrever também me leva ao paraíso, ao clímax literário. É como se, em uma fração de segundos, junto com as palavras que vão saindo, os medos, as alegrias, as experiências e todo o excesso, o qual insiste em deixar os meus ombros mais pesados, fossem escorregando pra fora de mim, me deixando cada vez mais leve, mais sóbria, mais calma.
Mais do que descrever essa paixão desatinada, eu a vivo todos os dias. Eu a sinto. Eu a respiro.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Then she said goodbye.

Enquanto eu insistir em continuar, o meu instinto nada aguçado para o novo continua a não me avisar dos perigos à frente. Nem ligo. Surpresa até que é legal. Dá aquele friozinho na barriga, o coração acelera, as mãos tremem e a visão embaça.
E depois, pelo que eu saiba, nem sempre o que é novo é ruim, ou perigoso, ou assustador. O novo até que é legal. Ele pode muito bem te fazer sorrir, te acalmar, te fazer perder o chão (mas daquele jeitinho gostoso, que faz a gente querer cair e cair... e cair...), fazer com que tudo, até mesmo uma chuva torrencial quando você não tem um guarda-chuva na bolsa, seja divertido, colorido, bom. O novo pode te fazer dormir como uma criancinha, afastando os seus medos mais absurdos; pode tirar o seu fôlego a cada minuto, e te trazer mais e mais ar a cada segundo; pode te trazer aquela sensação de segurança tão perdida, tão esquecida, tão saudosa. Talvez ele te assuste no primeiro dia, e te encante no segundo, e no terceiro, e no quarto...
Enquanto eu insistir em continuar, o meu instinto nada aguçado para o novo continua a não me avisar dos perigos à frente. Ele me deixa sentir. Me deixa viver esse misto de sensações novas, cujo único perigo aparente é a provável possibilidade de me fazer muito feliz.


Ouvindo: Pan and the full moon - Javier Navarrete

domingo, 31 de maio de 2009

Ready to surrender.

Meu, o que é que acontece com a gente, que de modo tão diferente, deveras surpreendente, a língua bate no dente, e o corpo, que antes ausente, resolve ficar doente?
Doente de amor.


Ouvindo: Agora eu era herói - Chico Buarque.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Aos 20

E eu tinha me esquecido de que hoje faço anos. É a bengala batendo na minha porta. "Toc toc". "Hoje não tem ninguém, aliás, alguém que possa te receber. Volte daqui a cinqüenta anos!". Eu gosto de ser pequena!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Foi!

Fé em Deus e pé na Taba. Rumo ao céu!


2009, seja bem vindo! Sinta-se em casa.

Ouvindo: Mais do mesmo - Legião Urbana.