terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tempestade.

Tempestade

Com a chuva veio a ventania,
e o vento me trouxe você.
Me defendi o quanto podia e,
tardia, não quis reconhecer
que a tempestade era prudente
e que todo o estrago, de repente,
faria em mim você crescer.

Se não foi do sol que você veio,
se não é de luz a genealogia,
eis aqui o meu ansêio:
Ciência, transforme em tormente a calmaria.
Faça de nós um arco-íris completo
que em traços e cores passa, às vezes, discreto
e,em outros dias, nos transborda de alegria.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Encontro marcado.

Encontre em você a razão e o amor da sua vida.
Seja você mesmo a sua maior paixão e a sua conquista mais suada.
Agarre-se aos seus sonhos e não os solte nunca, a menos que seja pra finalmente realizá-los.
Tenha fé na dupla maravilhosa que você faz com Deus: vocês são invencíveis.
Você é tão especial quanto quer ser perante os seus olhos, e perante os alheios também.
Não há nada que possa parar a sua vontade de vencer. Não é a ganância exacerbada, mas sim a luta de todos os dias que você trava com as suas limitações que te levam à vitória. Querer conquistar é o meio mais sábio de conseguir. Usar a sua força, a sua sabedoria e a sua humildade a seu favor lhe torna mais forte, sábio e humilde a cada passo.
Um olhar baixo frente às dificuldades não é sinônimo de derrota. É a prova de que curvar-se, aceitar e compreender os obstáculos do caminho é transbordar dignidade, e ser digno é uma honra, não uma vergonha.
Vergonhoso é desistir da própria batalha e acovardar-se diante do desconhecido. A recusa do fracasso é um meio de ignorar o sofrimento, logo a própria condição humana.
Então anseie por começar e comece. Chega de ter pena de si mesmo. A pena tem prazo de validade, o amor não. Sinta amor por você antes de amar alguém. Só sabe fazer aquele que já passou pela experiência de tentar antes.
Repito: erre e aprenda a amar amando a si mesmo, pois quando a hora chegar você saberá multiplicar o seu amor.
É ele o seu maior bem. Desfrute-o e depois estenda-o àqueles verdadeiramente merecedores de tal tesouro.
Porém, lembre-se, mais uma vez: o primeiro que deve compartilhar desse sentimento com você é senão você mesmo. Não é egoísmo. Na verdade, é até mais altruísta do que parece. Nós só conseguimos distribuir felicidade se somos felizes, do contrário distribuímos ilusões.

Eu demorei dias demais, gastei energia demais e distribuí felicidade de menos. Não foi à toa e não é muito tarde, simplesmente porque nunca é.
Sempre haverá tempo se desejarmos recriá-lo. Sempre haverá força se quisermos usá-la para o bem. Sempre haverá chance se ousarmos acreditar, lutar e, posteriormente, conseguir.
Hoje eu escancaro pois é melhor do que silenciar: quero, ouso, acredito e luto. Não há dúvidas, vou conseguir.

domingo, 23 de outubro de 2011

Tumtum.

Toma cuidado, Luma!
Essa sua saudade ai,por exemplo,
sei não se não é desconforto com a desconhecida solidão.

Já tomei cuidado e injeção.
Essa saudade vem de dentro.
Não é coisa rotineira, não.
É aquela falta do carinho, do cheiro, do gosto
e do magnetismo do coração.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Querer.

Hoje eu aprendi a acordar sozinha, engolir o choro e agradecer por ter a oportunidade de evoluir.
Hoje eu aprendi que só receber é tão ruim quanto dar o que não se tem. Pra compartilhar tem que dividir, e pra dividir tem que existir.
Hoje eu aprendi que as pessoas sorriem de volta se você insistir em acolher com os olhos, os dentes a mostra e o coração aberto.
Hoje eu aprendi que as pessoas que querem o meu bem estão sempre por perto, basta eu enxergá-las a olho nu.
Hoje eu aprendi que eu não preciso de um motivo específico pra estar feliz, pois a felicidade é inata, vive comigo e basta eu acordá-la pra ela se mostrar.
Hoje eu aprendi que tornar o meu tempo útil me torna útil, logo realizada.
Hoje eu aprendi que não precisar de alguém não significa que eu não possa querer tê-la ao meu lado. Depender é o colapso do sistema. Querer é a grande força motriz. Depender é o esgotamento. Querer é o combustível.
Hoje eu aprendi que palavras como essas são bonitas de se ler, mas são as ações as quais são realmente bonitas de se conferir.
Hoje eu aprendi que a mudança leva tempo, enquanto tudo aquilo que se torna cômodo leva a vida. O tempo se renova, mas a vida não se restaura.
Hoje eu aprendi que não ter medo não é a solução. A solução é tentar enfrentá-los.
Hoje eu aprendi que não importa o quanto as pessoas te dêem as respostas, você só vai compreendê-las chegando a elas por si mesmo.
Hoje eu aprendi a engatinhar novamente. Amanhã vou dar os meus novos primeiros passos.

Hoje eu reaprendi que dançar com alegria é uma das sensações mais gostosas que se pode ter.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Abril.

Não tem inspiração.
Não tem nada mesmo não.
Tem uma angústia reprimida,
uma raiva contida e um princípio de solidão.
Não tem nada mesmo não.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Alergia.

Alergia na alma é um porre.
No meu caso, dá coceira e sufoca. Impede de respirar, transforma as noites em batalhas épicas diárias e quase me faz rasgar a pele de tanta irritação.
Quando ela ataca, tudo irrita mesmo, reage. O corpo tenta expulsar mas a cabeça não permite.
Alergia na alma, pra aqueles que vivem, de fato, é um porre iminente. A ressaca é inevitável. Os colaterais são cortesias e o desespero acaba por ser opcional (o costume é uma invenção traiçoeira da humanidade).
As causas são conhecidas, vizinhas e muitas vezes, convidadas. É a política do mínimo esforço, máximo desgosto. Quem é que ousado o suficiente pra se preocupar com o além-mar da própria vida?
"Melhor inventarem um novo e revolucionário remédio pra essa minha alergia, já estou de porre."
Aqui vai um conselho totalmente infundado (mas inundado de sinceridade): melhor tentar curar a alergia por homeopatia, holística ou medidas caseiras do que esperar por uma solução genial do Dr. House. É muito mais fácil se recuperar de um porre do que de uma cirrose hepática.
E não é exagero, é uma triste dedução.
Preciso urgentemente desacomodar e seguir o meu próprio conselho. Vou ali comprar uma tonelada de chás.

domingo, 1 de maio de 2011

A crônica torta.

- Cara, eu andei com muita pena de mim mesmo. Pô, bixo, era tanta merda acontecendo ao mesmo tempo que eu pensei que Deus tinha me pegado pra Cristo...
- Sem piadinhas com Ele, Augusto...
- Sem nóia, na moral! Veio a calhar que eu tropecei no buraco aquele dia na Sé.
- Chuvarada e ela te esperando lá em Jabaquara...
- Se eu não tivesse caído talvez não me levantasse jamais como me levantei: cheio de mim, disfarçando a dor e pensando nela mais do que em qualquer coisa nessa vida...
- Mas no fim das contas foi só um tombaço, Meu, sem drama.
- Tô tentando te explicar de um jeito simples, com uma dessas metáforas da vida cotidiana, que pra ressaca da alma não tem remédio melhor do que um bom tropeço no meio do caminho.
- Você é maluco.
- Pode ser... Devem ser essas várias cervejas que a gente tomou pra comemorar a mão santa do Ronaldo.
- Sensacional! Três pênaltis. Eu quase não acreditava que esse poderia ser nosso...
- De qualquer forma, ela me pareceu muito mais linda e apaixonante quando me abriu aquele sorriso na terça-feira... Foi depois de cair, meio sem jeito e torto, que eu percebi que a sorte era quase que como a minha sombra.
- Ainda não saquei, Cara...
- Eu tropecei porque a Jaque não gosta de passar o cadarço do jeito certo, e mesmo assim ela passou. Entende?
- Você é mesmo maluco, ou bêbado...
- Eu percebi que no meio de toda essa gente com pressa eu fui capaz de encontrar alguém interessado em andar mais devagar. E que cabelo lindo que ela tem...
- Desisto...
- Não, sério! Pode reparar. Ela passa o cadarço do all star branco de um jeito todo doido. No começo eu achava engraçado, mas depois eu entendi que ela fazia de próposito: não gostava de estar 100% confortável enquanto andava. Me explicou que o conforto em excesso faz com que a gente se acomode e ande rápido demais. E tem tanta coisa bonita por ai só pedindo pra ser vista...
- Vocês foram feitos um pro outro mesmo.
- Ninguém antes tinha pensado em dividir a beleza do mundo comigo do jeito que ela pensou. E eu descobri o quanto você tem que gostar de uma pessoa pra fazer com que ela tropece nos próprios pés. Eu acho que amo aquela desparafusada...
- A saideira?
- Por ela eu trançaria mil cadarços, todos do pior jeito possível...



"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (...). Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (...). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar".

[Caio Fernando Abreu]

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Muito.

Aquele abraço congelado. O tapinha nas costas como que estipulando a distância mínima permitida. O coração que palpita ao ter que frear contra a própria vontade. É muito, e é muito pouco.
O contraste dos dias felizes comparados aos dias menos felizes, aos dias arrastados, mastigados, esmagados. O sinal vermelho permanente e o alerta de perigo constante. É muito, e é muito pouco.
O olhar que não encara e não vê, que não se atreve a ler e que se limita a apenas cruzar. O toque que se contém e que fica na ânsia mas não sente. É muito, e é muito pouco.
A fala que se perde e o sentimento que se esconde. A falsa sensação de que está tudo certo, engatinhando. Aquela lembrança dolorida e o sorriso de compensação (o verdadeiro guardado no bolso, quem sabe uma brecha).
A saudade alucinante, o grito preso por um fio e a vontade de quebrar todas as regras, derrubar todos os muros, preencher todos os espaços. É muito, e é muito pouco.
Dilacera. Reduz.
É muito. É inimaginável. É assustador.
Não é, nem de longe nem de perto, muito pouco.


"Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu rabisquei na capa de um livro: “pra você”, era o destinatário. Não sei por que não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais eu te dizia: “acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso”. E achei curioso eu usar essa metáfora sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto. E depois de repousadas aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos, a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medos."

[Marla de Queiroz]



E eu, tão regrada sempre, decidi andar de olhos fechados.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Visita.

Hoje o Tom Jobim me visitou em sonho pra me lembrar de que pra essas doenças do coração não existem reza, remédio ou bebedeira suficientes.
Existe é a saudade cortante e aquela sensação de perda de tempo, de desperdício de vida.
E sim, eu concordo. Não sou capaz de discordar...


"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que ainda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir."

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sofrível.

Tô sofrendo, ponto.
Pronto. Eu assumo, repito, escancaro.
Será que dá, por favor, pra parar de tentar dar nome, sobrenome e ascendência pro que eu tô sentindo?
Quer saber? Me pergunta. Mas não se surpreenda caso eu também não saiba explicar.
Só sei que tô sofrendo, ponto.
É um gostinho ruim de não-sei-o-quê que não sai da boca. Não adianta escovar os dentes, comer chocolate ou tomar suco de acerola. Não passa, não alivia, não desgruda. Dói na alma pra engolir.
Tô sofrendo em tempo real. Tô juntando os cacos, remendando os buracos e pedindo por remissão.
Tô sofrendo por ser mal entendida, mal interpretada e mal amada.
Quero parar de sofrer.

domingo, 10 de abril de 2011

Sublimando.

Eu vou sofrendo em doses homeopáticas que é pra não correr o risco de perder o coração pra dor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sopro.

Eu quero mais é que o vento tire os meus pés do chão e ative a engrenagem das minhas asas.
Eu quero mais é correr riscos, não andar nos eixos e destrilhar os trens da minha imaginação.
Eu quero mais é me libertar das minhas amarras, das minhas crenças pré-históricas e dos meus alicerces mal construídos.
Eu quero mais é olhar para o ontem e chamá-lo pra uma conversa de bar no amanhã. Só nós dois, de menina pra mulher.
Eu quero mais é que se danem todos aqueles que se escondem atrás da saia do medo, da insegurança e da mediocridade. São todos uns mesquinhos carregando pra todo lado a pastinha do discurso decorado, enfeitado, adornado de mentiras mal ensaiadas.
Eu quero mais é que me julguem e dêem a sentença errada mais uma vez. Adoro ver a cara de porta das pessoas ao descobrirem algo novo e surpreendente sobre mim.
Eu quero mais é que me decifrem de vez em quando também, pois ser bem lida, às vezes, é um grande prazer... E eu quero é mais prazer.
Eu quero mais é redescobrir o que já sabia e me satisfazer das velhas idéias.
Eu quero mais é um amor intenso, que me desafie, que me deslumbre e que desperte tudo o que há de melhor e pior em mim.
Eu quero mais é acertar de primeira e errar continuamente. Eu quero apostar no jogo da vida e sair derrotada de tão vitoriosa.
Eu quero mais é deslizar...
Eu quero mais é desafiar...
Eu quero mais é intrigar...
Eu quero mais do mesmo e menos do mesmo.
Eu quero mais é fazer o mundo parar pra eu poder dizer o quanto eu gosto de estar aqui deslizando, desafiando, intrigando.
Eu quero mais é me orgulhar da minha falta de orgulho.
Eu quero mais é não perder as esperanças, mas perder a hora sempre que estiver caindo aquela chuva gostosa.
Eu quero mais é SER LEVADA A SÉRIO. Eu não vim aqui a passeio não. De qualquer forma, fique à vontade pra me levar pra passear.
Eu quero mais é que escutem o que eu tenho pra falar:
EU NÃO QUERO PASSAR EM BRANCO. EU QUERO MAIS É PASSAR EM COLORIDO.
A vida, como já dizia Niemeyer, é um sopro.
Se você anda meio desbotado, meu bem, é porque já passou da hora de deixar-se colorir.
Se você quiser, é claro, eu posso te emprestar a minha caixa de lápis de cor e te ajudar a preencher os espaços vazios.


"Estou procurando, estou procurando.
Estou tentando entender.
Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi.
Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu.
Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não saber como viver, vivi uma outra?
A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior.
A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi - na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro."

[Clarice lispector]

quarta-feira, 16 de março de 2011

De volta para o futuro.

Away, no way, breakaway.

Reaprendendo a me acostumar com o inoportuno dia-a-dia.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sol em Iowa.

"(...) Brilhar sempre,
brilhar em toda a parte,
até ao dia em que a fonte da vida se esgote,
brilhar -
e é tudo!
É o nosso lema - meu
e do sol!"

[Vladimir Maiakovski ]

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dançarina.

A minha inspiração vem do núcleo, do íntimo, do olho da minha tempestade. A minha tempestade vem de dentro, do duvidoso, das entranhas da minha emoção. E é quando eu estou mais introspectiva, mais em contato comigo mesma e roubando o seu espaço, que ela resolve eclodir. Daí todos os meus universos particulares, meus planetas imaginários, minhas constelações infinitas e minhas civilizações infundadas.


A dança

A camisa suada
eu visto pelo avesso.
A velha casa alugada
não tem mais endereço.
A visão embaçada
não enxerga o contexto.
Inicio no fim,
Termino no começo.
Enlouqueço.
Largo o copo e adormeço.
Tanto tempo calada
que quase emudeço.
A feição alterada,
já não me conheço.
Alegoria montada,
nenhum adereço.
Divagando assim
sem lugar permaneço.
Reconheço.
Sinto o sol e amanheço.
Estou viva? Que droga!
Outro tropeço.



"(...) Sim, sim, ela estava bastante perdida. Bem lhe parecera sempre que antes de mais nada era preciso se perder."
[A cidade sitiada - Clarice Lispector]